segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Tecnologia e educação

"Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música
não começaria com partituras, notas e pautas.
Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria
sobre os instrumentos que fazem a música.
Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria
que lhe ensinasse o mistério daquelas
bolinhas pretas escritas sobre cinco inhas.
Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas
para a produção da beleza musical.
A experiência da beleza tem de vir antes”.
Rubem Alves

Atualmente não é fácil acompanhar em pé de igualdade as transformações que são desenvolvidas diariamente em favor da tecnologia, são computadores e equipamentos eletro eletrônicos ultramodernos, criados sob a perspectiva de facilitar e dar praticidade à vida do homem e da mulher modernos.
Na educação, o acompanhamento dessas transformações é necessário, tendo em vista que o aluno deve ser preparado para o mundo que irá recebê-lo, com as características tecnológicas da atualidade, porém, a velocidade com que essa tecnologia se apresenta nos ambientes educacionais nem sempre favorecem esses alunos.
Tantas transformações exigem que o profissional procure manter-se atualizado, realizando acompanhamento constante através de pesquisas que requerem tempo para desenvolvê-las. Nas escolas públicas, esse dever também se estende ao responsável pela administração da educação que necessita viabilizar recursos técnicos, bem como formação continuada em consonância com o que há de cogente para auxiliar o profissional ao desenvolvimento de sua prática pedagógica. Deve ainda, ter a preocupação de possibilitar a prática inclusiva, viabilizando também, recursos técnicos e formação continuada.
As situações, porém, não são tão simples de serem solucionadas, uma vez que, as transformações dependem de liberação de recursos que nem sempre o município dispõe, razão pela qual devem ser buscados mecanismos que integrem outras iniciativas para auxiliar situações escolares, na tentativa de facilitar às crianças a aproximação com o uso das tecnologias.Para Pedro Demo:

...se fôssemos corretos com as crianças,
elas teriam que ser alfabetizadas com computador, pela razão
simples de que essa máquina (ou algo similar) vai ser parceira delas
pela vida afora, inevitavelmente...Temos
inúmeras razões/desculpas para não fazermos isso, a começar
pelos custos e problemas de acesso, em especial por parte das
populações mais marginalizadas. Por isso mesmo, não cabe
fantasiar propostas que não têm a mínima condição de realização
concreta. Ademais, ler, escrever e contar é muito pouco,
quase nada, ainda que demoremos até três anos para inventar
esta mixaria. Não se trata, como se alegou, apenas de fluência
tecnológica, mas de cidadania fluente que sabe aproveitar-se
de novas plataformas tecnológicas para colocar o bem comum
acima das apropriações privadas”.


REFERÊNCIAS:

DEMO,Pedro. Habilidades do Século XXI. B. Téc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 34, n.2, maio/ago. 2008